Investigar algum sintoma físico ficou mais fácil com a ajuda do Google. Basta digitar o que está sentindo no buscador e, como num passe de mágica, aparecem centenas de sites prontos para lhe dar um diagnóstico. Mas atenção: a internet ajuda, mas não substitui a consulta médica.
Quem nunca sentiu dores ou qualquer outro sintoma e correu para a internet, na esperança de descobrir a origem daquele desconforto? A rede reúne uma imensidão de informações básicas e rápidas acerca de determinadas doenças, que podem ajudar a reconhecer um sintoma rapidamente e a procurar um médico antes que o problema chegue num ponto difícil de reverter. “Hoje em dia, o paciente já chega no médico com uma noção do que tem. E com o paciente envolvido, as chances de melhoras são bem maiores”, analisa a médica Andrea Sette, do Hospital São Luiz.
Mas esses benefícios só existem quando a internet é encarada apenas como mais uma fonte de informações. O que não vale é tomar os dados que aparecem na busca como verdade absoluta, sem ouvir um especialista. “As doenças têm sintomas variados e, às vezes, um único detalhe pode fazer toda a diferença. Por isso, nada substitui a análise individual, feita por um profissional competente”, alerta o médico Fernando Spagnuolo, da Santa Casa de São Paulo.
Sites de sociedades médicas e de grandes hospitais costumam ser fontes confiáveis para se buscar dados, no entanto, é preciso cautela, já que muitas vezes as descrições são feitas com base num determinado padrão e nem todas as pessoas desenvolvem uma doença da mesma forma, com os mesmos sintomas e complicações. Isso faz com que muita gente acabe se assustando sem necessidade, ao achar, por exemplo, que um problema diagnosticado pode ser muito mais grave do que realmente é. “O julgamento do médico é muito mais completo, porque é feito a partir de exames, das informações que ele já tem sobre a doença e do quadro clínico do paciente”, explica o médico Leonardo Hiroki Kawasaki, diretor técnico do Hospital São Camilo.
Pior ainda é se automedicar ou seguir receitas divulgadas na internet por conta própria. “Ao utilizar uma medicação incorreta, o risco é ter complicações. Além disso, quanto mais tempo passar até se fazer o diagnóstico correto, mais difícil será a cura”, completa Kawasaki.
Portanto, para tirar o máximo de proveito da internet, é preciso ter sempre em mente que: sites de saúde confiáveis são ótimos para chegar ao consultório informado, com uma lista de boas perguntas para fazer ao médico. No entanto, só o profissional poderá dar o diagnóstico certo e o melhor tratamento. “É importante que o paciente tenha informações. Mas o médico vai ajudar a interpretá-las”, finaliza Kawasaki.